terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sabe com quem você está falando?

Olá pessoal, meu nome é Fabiana, sou aluna de Arquivologia da UnB. Faço parte do grupo desde o segundo semestre do ano passado, graças ao convite do prof. André Ancona, para participar de um Projeto de Atividade Complementar (PAC). Venho aqui, hoje, compartilhar minhas dificuldades no desenvolvimento da atividade. O tema do meu trabalho é Gestão Arquivística de Fotografias. O tema não é tão desenvolvido no meio arquivístico e no Brasil ainda temos problemas práticos com a gestão desse tipo de documento.

A primeira dificuldade que tive foi escolher um tema que perpassasse à especialidade do professor. Essa dificuldade pareceu maior quando me dei conta de que o curso está no final e aquela pergunta “E o que você produziu para a academia?” pareceu não sair mais da cabeça. Outra dificuldade, e confesso que ainda tenho, é aprofundar apenas em um ponto do tema, restringir cada vez mais a pesquisa. Estou policiando-me para não fugir do tema ou abranger demais.

Depois de levantar algumas referências, ler uma parte delas, a próxima dificuldade é começar a escrever... Por onde começar? Acho que essa deve ser a dificuldade de vários, mas basta sentar na cama, colocar as ideias no lugar, que tudo flui. Às vezes não como planejamos, mas a esperança é a última que morre, não é?! O tempo é outro fator que influencia no desenvolvimento de um trabalho. Bom, tento estudar e escrever da melhor maneira possível para compartilhar o conhecimento. Espero que o produto da minha pesquisa seja de grande valia para esclarecer dúvidas. Até a próxima! ;)

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Arquivo fotográfico de empresa fotográfica


A dissertação de mestrado de Eliana Kátia Pupim abordou o acervo de uma empresa produtora de álbuns fotográficos de formatura. O setor "Arquivo Albuns Fotográficos" apresenta interessantes características conceituais pois parte dos documentos que ali estão são ao mesmo tempo registros de atividades executadas (portanto arquivo) e ao mesmo tempo produtos a serem vendidos (portanto estoque). O trabalho, orientado pela Profa. Telma Campanha de Carvalho, trabalhou com um diagnóstico do setor, valendo-se de um tipo documental chave para compreender a gestão documental da orgabização o Cadastro de Identificação Para Posterior Entrega de Serviço, ou CIPPES. Esse documento é descrito (do ponto de vista da diplomática) e tem seu trâmite exemplarmente (do ponto de vista da tipologia documental) detalhado em um fluxograma:

Fluxograma de CIPPES
Clique na imagem para ampliá-la
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A contribuição do diagnóstico para a elaboração de um programa de gestão documental em empresa fotográfica[1]
Eliana Kátia Pupim[2]
Telma Campanha de Carvalho Madio[3]
A instituição privada com fins lucrativos necessariamente trabalha com foco na melhoria constante dos resultados de suas operações, dessa forma garantindo a entrada de ativos. O arquivo é freqüentemente consultado no intuito de se obter respostas a questões de ordem jurídica, administrativa, política e diplomática. O presente trabalho objetivou delinear a estrutura organizacional de uma renomada empresa brasileira do segmento de fotografia, no intuito de conhecer as atribuições, as atividades e as rotinas específicas de seu setor denominado Arquivo de Álbuns Fotográficos, contextualizando-o e proporcionando elementos para a efetiva organização dos serviços prestados pelo setor. O estudo optou pelo método descritivo-exploratório através da observação das rotinas diárias e entrevistas com aplicação de questionário semi-estruturado a funcionários do setor e aos chefes de departamentos da empresa. Os resultados da coleta de dados foram sintetizados através de um organograma estrutural da empresa, do fluxograma que descreve a criação do documento que contém todas as informações relativas ao produto final da empresa, bem como a construção de um organograma funcional que permite compreender as atividades desenvolvidas pelo setor Arquivo de Álbuns Fotográficos. 

[1] Dissertação defendida em agosto de 2010 no Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista/ UNESP- Campus de Marília. 
[2] Trabalha no Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, katia_pupim@hotmail. 
[3] Docente da pós e graduação da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, Departamento de Ciência da Informação - Campus de Marília, telmaccarvalho@marilia.unesp.br

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Sobre a reunião ocorrida do GPAF


A primeira reunião aberta do GPAF de 2011 (ver post aqui), contou com mais de 30 participantes e com muitos interessados em participarem dos próximos encontros. Entre uma falta de luz e outra, sem internet, a reunião suscitou interessantes debates, sobre, entre outros assuntos, a clássica questão texto-contexto e a problemática percepção induzida pelo Conarq quanto aos documentos fotográficos em arquivo. Dentre as possibilidades de cooperação abordadas, a disposição do CEDOC em servir de laboratório para algumas atividades do  projeto "Survival Kit" do PAAG/ICA (ver página aqui) foi anotada como relevante.

Algumas das falas foram acompanhadas de apresentações, aqui disponibilizadas:

Uma nova logo do GPAF foi apresentada, em função dos comentários feitos em post específico (acesse aqui). Salvo objeções bem fundamentadas ou novas propostas (todas elas concorrendo ao livro mencionado no post das logos), o desenho abaixo será oficializado no próximo upgrade do design deste blog:

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Reunião Aberta do GPAF - Jan 2011


Ocorrerá nesta 3ªf, dia 01/fev/2010, às 15h00 a 1ª reunião aberta do Grupo de Pesquisa Acervos Fotográficos (GPAF) de 2011, no CEDOC/UnB, com a seguinte programação:
  1. GPAF: propostas e perspectivas;
    Profa. Dra. Darcilene Sena Rezende (FCI/UnB).

  2. O Centro de Documentação (CEDOC) da UnB: perspectivas;
    Tânia Maria de Moura Pereira (Diretora CEDOC/UnB).

  3. Não só de conteúdo vive o documento;
    Pedro Davi Carvalho (Aluno de Arquivolgia/UnB).

  4. Projeto "Survival Kit" do Photographic & Audiovisual Archives Group - Conselho Internacional de Arquivos (PAAG/ICA);
    Prof. Dr. André Porto Ancona Lopez (FCI/UnB).

  5. GPAF-CEDOC: possibilidades de interação;
    Niraldo José do Nascimento (doutorando do PPGCINF/UnB).

  6. Lanche de confraternização e doação de livro "Archivos fotográficos" de Antonia Salvador para o CEDOC.

  7. Definição da nova logomarca do GPAF (ver post aqui)

O evento é gratuito e aberto a tod@s @s interessad@s:

APAREÇA & COMPAREÇA!


Maiores informações: (061) 3107-5863 / 3107-5862 ou apalopez@gmail.com


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Sobre as reuniões do GPAF
O GPAF tem procurado realizar esse tipo de reunião a cada 3 semanas, para que, com eventuais problemas de agenda, o grupo não fique sem se falar por mais de 45 dias. Desde de sua criação, essa é a terceira reunião aberta do grupo. Geralmente um dos membros (aluno ou não), ou um convidado, fica encarregado de apresentar um tópico principal para reflexão. Pode ser a análise de um texto, de um problema, uma discussão do próprio projeto etc. Nesta ocasião o "responsável" será o lider, buscando refletir sobre uma possível parceria com o CEDOC projeto "Survival kit" do PAAG-CIA. O objetivo principal é tentar integrar a proposta do grupo com as atividades do CEDOC, que, por estar em reestruturação, apresenta-se em um momento privilegiado para ampliar as possibilidades de trabalho empírico, embasando novas discussões teóricas. 

Para se manter informado
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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Não só de conteúdo vive o documento


Durante algumas leituras acerca do tratamento arquivístico de documentos imagéticos, alguns autores - seria prolixo (leia chato) numerar – sugerem uma tendência de que a organização de documentos imagéticos, principalmente fotografias, se dêem a partir da compreensão de seu conteúdo. Havendo para subsídio dessa atividade, manuais bastante detalhados para dizer o que está se vendo nas imagens.

Sem cair no mérito de quão viável e importante seria essa atividade – não defende-se aqui que deve ser descartada – mas questiona-se: “A descrição de conteúdo deve ser o norte para qual aponta a organização e a base do tratamento arquivístico dos documentos imagéticos?”

Em uma tentativa, ainda não definitiva, de responder (debater) a questão, devemos primeiro ter em mente quais documentos imagéticos são documentos imagéticos de arquivo. De acordo com Maria de Lourdes Silva “(...) o que realmente vai definir se o documento fotográfico ou imagético deve ser considerado ‘documento de arquivo’ é a sua relação orgânica com o seu produtor institucional” (2005, p.4).

Será que se suprimirmos desta citação as palavras em negrito ela deixa de estar certa? Estranho!!! Continua parecendo correta, o que implica que que o mesmo tratamento, em relação a organicidade, deve ser dado aos documentos convencionais e imagéticos.

Sem querer exagerar no uso da retórica, pergunta-se também: que instrumento permite visualizar as relações orgânicas dos documentos? Defende-se aqui que tal instrumento seja o Plano de Classificação, que ao ser aplicado, cria-se séries ordenadas de documentos que representam, em sua ordem atribuída, a importância das funções neles intrínseca de acordo com o seu produtor. Para a partir de então, outras atividades, intervenções e funções arquivísticas ganharem eficácia, como afirma Sousa: "Entendemos, entretanto, que a função classificação é matricial, isto é, a partir dela que as outras funções/intervenções ganham corpo, consolidam-se, configuram-se. [...] É a função/intervenção que dá sentido e que preserva o caráter orgânico do conjunto, espinha dorsal de todo o conhecimento arquivístico" (2003, p.241).

Todavia, ao que parece, esta lógica aqui exposta não tem baseado as atividades de gestão e tratamento arquivístico de documentos imagéticos, sendo esta a hipótese a ser diagnosticada, limitando-se a realidade do Arquivo Público do DF, nos fundos que usaram o Plano de Classificação do Conarq (Resolução nº 14 de 2001) para a representação das “relações orgânicas com o seu produtor”.

Quem saiba não precisamos, enquanto arquivistas, nos sentir como pessoas com transtorno de personalidade fazendo teste de Rorschach¹: “O que você vê nessa imagem?”

Será que é matemático?


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¹Famoso teste psiquiátrico que consiste na interpretação do que o paciente afirma ver em 10 imagens abstratas monocromáticas simétricas.