O hábito de tentar entender o conteúdo da imagem antes do contexto de produção arquivística pode levar a um grave mal entendido sobre a natureza dos documentos, com desdobramentos na organização técnica. A imagem acima, do Arquivo Nacional de Malta representa uma coleção de cópias digitais, recentemente doada pelo neto do fotógrafo. Como documento de arquivo, o documento fotográfico original pertenceria ao arquivo pessoal do fotógrafo, que, visitou Malta diversas vezes, em serviço, associado a alguma função relacionada a registros de viagem, ou algo similar.
Hoje, no Arquivo de Malta, a imagem compõe uma coleção fotográfica, que tem buscado a colaboração de internautas para melhor contextualizar historicamente a cena e melhor entender o conteúdo da imagem. Se você for cadastrado no Facebook basta clicar aqui.
O procedimento não seria adequado no caso de um documento arquivístico, que deveria, em primeiro lugar, buscar informações sobre o contexto de produção e a função desempenhada no fundo de seu titular. Como não é mais o caso, o documento fotográfico perde importância para a informação histórica, evidenciada pelo registro imagético e o tratamento por conteúdo, típico das coleções, é totalmente adequado.
No Brasil, infelizmente, o que costuma se verificar é a infrutífera tentativa de dar tratamento arquivístico a fotografias de coleção, já descontextualizadas arquivísticamente, confundindo, em tal proceder, autoria intelectual com titularidade arquivística e potencialidade de uso histórico e cultural da informação visual com função arquivística.
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