segunda-feira, 25 de março de 2013

Mais uma dissertação de Mestrado do GPAF


Luiz Antonio Santana da Silva, aluno da Unesp (Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, PPGCI/Unesp, Campus Marília) e membro do GPAF, em pouco menos de 1 mês deverá defender sua dissertação de mestrado, que faz uma discussão conceitual sobre os documentos audiovisuais na Arquivologia, conforme os dados abaixo.
Data: 29/abr/2013 13/05/2013
Local: Reitoria da Unesp, São Paulo (SP) PPGCI/Unesp, Campus Marília
Título: Abordagens do documento audiovisual no campo teórico da Arquivologia
OrientaçãoProfa. Dra. Telma Campanha de Carvalho Madio
Resumo:
A necessidade dos documentos audiovisuais serem reconhecidos como documentos de arquivo é resultado da evolução dos suportes e novos gêneros documentais que passaram a ser usados para registrar informações. Além disso, devido às características próximas do real que a linguagem audiovisual proporciona, as instituições e indivíduos têm escolhidos esses novos suporte e gêneros para registrar suas atividades. No decorrer deste estudo foi possível visualizar, de maneira objetiva, a inserção por meio da discussão teórica, dos documentos audiovisuais nos arquivos, assim como a formulação de metodologias e o tratamento dado a esses documentos ainda munidos de valor primário. 
Aprofundando a discussão, tentou-se apresentar e discutir questões levantadas pelos principais teóricos e eventos internacionais da área a respeito de documentos audiovisuais e, consequentemente, buscar um caminho para compreender os conflitos referentes a esses documentos em ambiente de arquivo, como por exemplo, as divergências presentes no conceito de documento audiovisual; traçar o perfil do documento audiovisual desde sua institucionalização dentro dos arquivos; responder o porquê desses documentos serem chamados de arquivos especiais ou fundos audiovisuais; abordar conceitos de documento de arquivo a fim de caracterizar o documento audiovisual como tal; discutir formas de organização da informação em documentos audiovisuais a partir do uso das funções arquivísticas empregadas já na idade corrente da documentação. 
Portanto, este trabalho visa abordar questões centrais da Arquivologia quanto ao tratamento documental voltado aos documentos de arquivo do gênero audiovisual. Esse entrelaçamento de desafios e perspectivas busca uma melhor compreensão para a organização adequada dos documentos audiovisuais em arquivos após a identificação e resolução de problemas encontrados na literatura, propondo que esses documentos sejam tratados no momento de sua produção, já que constituem documentos de arquivo igualmente aqueles documentos tradicionais de arquivo.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Concluímos a primeira colheita da safra 2013 de titulações de mestrado do GPAF!

Banca examinadora de Patrícia Costa
No primeiro trimestre de 2013, três participantes do Grupo de Pesquisa Acervos Fotográficos (GPAF) concluiram seus mestrados e apresentaram dissertações relacionadas ao tema:

27/02/2013 - Luiz Carlos Flôres de Assumpção
Título:  Registros imagéticos e a sustentabilidade: representações sobre o uso da imagem em projetos de captação de recursos em grupos de quadrilhas Juninas do DF.

11/03/2013 - Patrícia de Jesus Ferreira Costa
Título: O Paradigma físico no tratamento dos acervos imagéticos na Administração pública brasileira: estudo de caso da ANA.

12/03/2013 - Alessandra dos Santos Araújo
TTítulo: O uso da folksonomia na organização e recuperação da informação fotográfica: o caso do acervo da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura - CONTAG.

Banca examinadora de Alessandra Araújo
Em breve os trabalhos estarão disponíveis para consulta.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Our Story in 2 Minutes

Recentemente foi divulgado na Internet um vídeo de 2 minutos, de autoria de Joe Bush, que buscou recontar a história do mundo e da humanidade.

Assista o vídeo aqui, direto do You Tube e leia mais sobre ele na coluna do Ricardo Setti

terça-feira, 12 de março de 2013

Retratos de prisioneiros no Brasil

Reproduzo aqui texto assinado por Talita Lopes Cavalcante, sobre Imagens Históricas, publicado em comunidade do Facebook de mesmo nome.

Um dos primeiros retratos de prisioneiros no Brasil, 1872.

As fotografias, desde seu advento, garantem o processo de formação da memória histórica e da identidade nacional e pessoal. Contudo, após anos de cartazes descrevendo apenas as características de fugitivos e presos, a fotografia foi introduzida como controle de Estado na Casa de Correção pelo estudioso em craneologia, Almeida Valle.

Finalmente em 1872, Valle dera conta de fotografar todos os prisioneiros da Casa de Correção, unindo os trezentos e vinte e quatro retratos em um álbum que ficou conhecido como "Galeria dos Condenados" ( exposto ao público na Exposição Universal da Philadelphia, de 1876, sob os auspícios de Pedro II, amante da fotografia), o primeiro registro prisional no país.

- Curiosidade acerca da imagem:

Na Galeria dos Condenados encontra-se o registro de Isabel Jacintha da Silva, escrava altiva e bela.

Condenada em 1846 por matar seu senhor (Jacintho José da Silva) envenenado, Isabel iniciou uma busca por seus direitos, alegando inocência. O envenenamento dos senhores pelos escravos era prática relativamente comum, uma vez que a liberdade lhes era dada por testamento. Dessa forma, após a morte do senhor, os escravos estariam livres. Assim, a prática de envenenamento acabou recebendo um artigo próprio no Código Criminal do Império, “ter o delinqüente cometido o crime com veneno, incêndio ou inundação” (Código Criminal, art. 16, 1830).

No caso de Isabel, ao que tudo indica, mantinha relações cordiais com seu senhor, pois portava seu sobrenome e faria jus à liberdade, como se livre tivesse sido desde o nascimento, tão logo seu proprietário viesse a falecer, fato que constituiu argumento decisivo para a formação de sua culpa. Em sua defesa, entretanto, alegou:
"que meu irmão me catucara que eu dissesse que tinha sido eu; eu fui e caí na asneira, na patetice de dizer que era eu; mas não fiz nada do que disse. Depois caí em mim, pus-me a imaginar. Eu não saía de casa, como é que havia de fazer isso?"
Isabel não foi condenada à pena de morte, mas sua pena foi de prisão perpétua com trabalho. O mesmo crime de homicídio, supostamente por ela cometido, com auxílio de seu irmão, era punido com pena de 12 anos de prisão e multa proporcional, para os demais criminosos, ou seja, os homens e mulheres livres. A Galeria dos Condenados expõe inúmeros casos como esse. 

Ainda que condenada, Isabel foi notável em suas tentativas de graça, alegando inocência em todos os tribunais, se utilizando de argumentos e provas de que era, de fato, inocente.

- Curiosidade [2]:
No mencionado álbum, encontramos apenas duas mulheres, entre as 324 fotografias: Isabel Jacintha e Generosa Maria de Jesus. A primeira, escrava, a segunda, livre. O álbum, em duas versões, pertence ao acervo da Divisão de Manuscritos da Biblioteca Nacional, Coleção Dona Theresa Cristina.

Referências:
THIESEN, Icléia. A Casa de Correção da Corte e a fotografia identificatória (1859-1876). R. IHGB, Rio de Janeiro, 167 (430): 179-198, jan./mar. 2006.
KOSSOY, Boris. Um olhar sobre o Brasil: A fotografia na construção da imagem da nação (1833 - 2003). 1° edição. São Paulo: Fundación Mapfre e Editora Objetiva, 2012. p. 81.
THIESEN, Icléia. Informação identificatória, memória institucional e conhecimento - Isabel Jacintha da Silva, de cativa à prisioneira na Casa de Correção da Corte. LERASS – Laboratoire d’Études et de Recherches Appliquées en Sciences Sociales.