sábado, 25 de maio de 2013

Sugerencia cinematográfica


Unas de las mejores películas que he visto últimamente. esencial para quien trabaja con fotografía (especialmente con fotos de archivo); fundamental para quien esta preocupado con los derechos humanos y obligatoria para todos los hermanos de Argentina. La trama es casi que de novela negra, como si fuera un thriller en slow motion , con un ritmo de camera increíblemente lento, hecho a propósito para que se pueda apreciar la impecable fotografía; perfecta en los detalles de color, proporción de elementos, líneas, luz y perspectivas. Una película muy inteligente que no ofrece ninguna respuesta obvia, ni al final.

sábado, 18 de maio de 2013

Pequeno balanço das V Jornadas Fotodoc



Na semana passada tive a oportunidade de participar das V Jornadas de Fotografía y Documentación (Fotodoc), evento organizado conjuntamente com as Jornadas do Seminario Español de Recuperación de Información (SERI). O nome do evento foi extraído de um poema da pesquisadora e poeta Alicia Arias Coello: “Vertidos urgentes” (ver blog do evento aqui). 

Dois aspectos mais marcantes saltam á vista do visitante estrangeiro. O primeiro é a confluência dos eventos, obtendo (como diria Claúdio Duque) maior sinergia. Tenho assistido, ultimamente, no Brasil, uma proliferação de pequenos eventos. Cada vez mais restrito às particularidades dos pequenos grupos de trabalho e pesquisa. Quando, eventualmente os grupos brasileiros conseguem estar juntos em algo maior costuma ocorrer a separação física das atividades de cada núcleo, com raríssimos momentos, formais, de troca de ideias; como se diz no Brasil:“cada um no seu quadrado”. O segundo aspecto interessante é a “tipologia” jornada. O termo está em desuso no Brasil, onde se prefere denominações menos modestas e, supostamente, mais atrativas como Workshop, Congresso e outras tantas e, de preferência, com um qualificativo “internacional” em algum lugar do título (acabei de ver, por casualidade, a chamada para “congresso internacional”, em uma cidade o interior do país que exige que para a inscrição de trabalhos, via sistema, seja imprescindível indicar o CPF; ou seja, internacional apenas para quem registro na Recita Federal...). As jornadas daqui foram precisamente o que a palavra significa: um dia de atividades. 

A mesa de abertura, com a presença do decano da faculdade (equivaleria a um diretor) foi extremamente rápida, direta e sem longos discursos, tão frequentes na universidade brasileira. Não se chamou reitor, vice-reitor e nem ninguém das altas esferas da administração universitária. Tiveram a palavra o decano e depois cada um dos coordenadores dos eventos simultâneos: Juan Miguel Sanchez Vigil pela FOTODOC e Juan Antonio Comeche pelo SERI. O principal objetivo declarado foi o de proporcionar uma miscelânea de estudos e abordagens relacionados aos temas explicitados nas denominações dos dois eventos. A vontade de ampliar as discussões, ao invés de concentrar em tópicos cada vez mais específicos, costuma ser muito útil para que haja oxigenação das ideias, para que novos debates possam aflorar e, sobretudo, para que não sejam sempre as mesmas pessoas a apresentar trabalhos. 

Tive o privilégio de ser o primeiro a apresentar, exageradamente anunciado por Sánchez Vigil como conferência magistral, em uma mesa conjunta com meu colega Juan Antonio Comeche, lider do grupo de pesquisa sobre gestão de recuperação de informação digital na web (GRIWEB). Eu falei a respeito da finalização do projeto DigifotoWeb, com destaque à algumas questões contundentes relacionadas às imagens (ver página sobre minha apresentação aqui). Comeche analisou algumas das possibilidades e tentativas atuais relacionadas à recuperação de informações imagéticas. A divisão de metodologias para tal tarefa em função da priorização de enfoques intrínsecos (cor, textura, formas e/ou relações espaciais) ou extrínsecos (autor, título etc.) me fez pensar mais seriamente na validade de uma diplomática imagética, menos voltada ao contexto documental. 

Não sei se a proximidade de abordagem entre o trabalho de Juan Antonio e o meu foi algo compartilhado pela audiência, mas o fato é que a segunda mesa pareceu-me bem mais adequada ao conceito de miscelânea proposto. A primeira apresentação esteve a cargo de Raquel de León, do Museu Ferroviário que buscou dar um extenso e detalhado panorama das coleções ali custodiadas. Infelizmente o tempo foi curto nos deixando com aquele gostinho de quero-mais. Felizmente, parte das informações está disponível na página da fototeca do museu. Ao olhar com mais cuidado esse ambiente virtual é possível perceber uma interessante separação das coleções, do material de arquivo e do material de natureza biblioteconômica. De imediato pensei na tese de doutoramento que Niraldo José Nascimento, em seu afã, queria realizar sozinho o que o museu ferroviário de Madrid fez com uma equipe profissional. 

A segunda fala deste bloco esteve a cargo do advogado Alberto Cabello, que conseguiu abordar o sempre delicado tema dos direitos de imagem (os direitos das pessoas fotografadas) fugindo do óbvio, com exemplos muito contundentes e corajosos, envolvendo, sem temor, ícones contemporâneos da fotografia espanhola. A questão por ele colocada não se resume ao plano legal; indo mais além, com peso às questões éticas e morais. Por exemplo, começou, em tom crítico, denunciando a tradição de fotógrafos reconhecidos que se aproveitam de situações extremas em países do terceiro mundo, sem a anuência das pessoas fotografadas (e/ou sem o real conhecimento do uso, inclusive comercial, que será feito das imagens) para ganharem muito dinheiro com a comercialização das imagens. A primeira coisa que me veio à mente foi que no Brasil não é preciso ir longe para entender esse tipo de problema... 

A apresentação seguinte da segunda mesa versou sobre um projeto internacional relacionado a uma, até recentemente desconhecida, coleção que congrega fotografias fundamentais para a história visual de Portugal, Brasil, México e outros países iberoamericanos. A apresentação esteve a cargo do erudito coordenador, Wifredo Rincón García que já houvera anteriormente realizado uma exposição sobre parte daquela coleção (ver folder explicativo aqui). Sua apresentação também serviu para convidar pesquisadores interessados, sobretudo os internacionais, a integrarem uma comitiva que fará parte de uma reunião conjunta com representantes diplomáticos dos países afetos à coleção. 
A última apresentação da manhã (que em Espanha vai até as 14:00hs) esteve relacionada ao trabalho de edição gráfica na grande imprensa. Em um formato similar a um talk show (guardadas as devidas proporções e sem nenhum demérito) o professor de documentação da Universidad Complutense de Madrid, Federico Ayala apresentou e mediou um bate-papo muito agradável com o fotografo e editor gráfico Matias Nieto König. Ambos trabalham para um jornal de altíssima tiragem, o ABC, que apresenta um projeto gráfico diferenciado e único em relação aos demais jornais diários daqui. Matias Nieto expôs vários aspectos relacionados à opção do ABC em trabalhar com o conceito de capa na imprensa diária, buscando atrair ao público para uma imagem bastante chamativa, que ocupa pelo menos metade da página, ao invés de já adiantar reportagens e notícias, como é mais usual. Na falta de algum dos exemplos apresentados por Matias Nieto, encontrei um post bastante explicativo, que analisa uma capa polêmica do ABC (ver post aqui). O projeto, na verdade, troca informação textual (mais precisa, porém mais exigente quanto ao tempo de leitura, exigindo proximidade física e atenção do possível leitor) por informação visual (de assimilação mais rápida, sem requerer tanta proximidade). O sempre instigante debate sobre a articulação comunicativa entre imagem e texto, teve, nessa apresentação, um ótimo espaço para reflexão. 

Na parte da tarde tivemos, logo ao reinício, uma apresentação bastante interessante de Antonio Cabello, professor da Complutense, que deveria ser sobre os gêneros fotográficos e acabou sendo, na minha compreensão, sobre possibilidades de classificação e/ou organização de imagens por conteúdo. O mais relevante é que a apresentação, explicitamente, optou por não mostrar nenhuma solução (ou sugestão de solução). Os exemplos mostrados iam cada vez mais sugerindo que, à medida de cada necessidade, deve-se criar esquemas de classificação que funcionem em cada caso. A exposição começou e acabou com uma estante vazia, nos instigando a refletir e propor modelos, com cuidado para não cair em armadilhas universalizantes, lembrando que, em última instância, tais esquemas refletem, principalmente, as necessidades práticas de quem os elaborou. 

Na sequência, a professora Alicia Arias Coello, nos brindou com sua face artística ao apresentar uma pequena introdução de sua experiência poética nas redes sociais. Além da beleza que foi ter um espaço dedicado à emoção em uma jornada acadêmica, ela permitiu melhor entender, na prática, as relações existentes entre a criação intelectual e os atuais meios de difusão, compartilhamento, recriação, que contam, hoje, com diversos elementos daquilo que Claudio Duque estuda no campo denominado multimodalidade, com a articulação de texto, design, imagem (estática e em movimento) e sons. O ápice da recriação ficou a cargo de referencias à poeta argentina Alfonsina Storni, cuja música em homenagem à sua morte (Alfosina y el mar) é bem conhecida na voz de Mercedes Sosa, que já fora objeto de recriação artística de Sánchez Vigil (muitos acadêmicos-artistas presentes). Deixo aqui a dica para ouvir um versão mais “rústica” da música, que está em cd caseiro de uma cantora de rua em Santiago de Chile (ouça aqui Alfosina y el mar na gravação de Claudia Álvarez). O encerramento deu-se com um rearranjo de alguns versos de Sánchez Vigil feito por Alicia Arias com “Sonata ao luar” ao fundo. 

A penúltima apresentação coube à professora Maria Oliveira Zaldua, que expôs resultados de sua recente pesquisa, derivada de seu doutoramento, sobre a produção de teses relacionadas à fotografia na Espanha, em qualquer área do conhecimento. Os dados são bastante interessantes a apontam para um crescimento do tema nas áreas relacionadas à Ciência da Informação. Acredito que a ampliação desse tipo de pesquisa para o Brasil poderia redundar em um ótimo projeto de doutorado, sobretudo para mapear a ocorrência de trabalhos em áreas não diretamente ligadas à fotografias, tais como história e arquivos. 

Para finalizar Francisco José Valentín, aluno de doutorado em fase final, fez um excelente painel sobre os metadados, com destaque aos mais usuais no universo da fotografia, com alguns exemplos muito interessantes de aplicação. Um dos exemplos mostrava como pode haver diferenças significativas entre a adoção de um modelo de descritivo e a utilização correta e eficiente. Muitas vezes instituições indicam adotar esta ou aquela diretriz para a descrição e recuperação da informação, mas, na prática, a aplicação é mal feita e/ou incompleta, fazendo com que os objetivos não sejam plenamente atingidos. O exemplo dado por Francisco mostrava uma coleção de fotografias, supostamente, descritas com base no MOREQ, mas que apresentava quase todos os campos em branco e/ou com informações demasiadamente genéricas. 

Após a rápida e objetiva mesa de encerramento, restou a satisfação de ter podido fazer parte de um evento interessante (cujo formato objetivo e eficiente poderia ser inspirador no Brasil) e, principalmente, ter tido contato com outras dimensões relativas aos documentos fotográficos que, usualmente, por acabar dedicando-me muito ao foco especializado do que pesquiso, acabo por não conhecer mais profundamente. 

Espera-se que brevemente, no blog do evento, as apresentações todas estejam disponíveis, ao lado de nossas fotos, tiradas por Maria Oliveira. É questão de aguardar e conferir... 

Links mencionados: 

domingo, 12 de maio de 2013

Limites e especificidades dos documentos audiovisuais e suas instituições de guarda

A foto acima foi tirada na reserva técnica da coleção fotográfica da Biblioteca Nacional do Chile e representa uma aquisição recente (o que justifica a aparência de desorganização) de uma coleção de um estúdio fotográfico. A preocupação em tratar a totalidade dos documentos dos titular, de modo a não perder a organicidade, fez com que, nesse momento inicial de pré-organização, nada fosse desmembrado. Assim, até os cenários utilizados foram preservados. Se observarmos bem o texto acima podemos ver alguns termos, intencionalmente colocados, que demandam, no mínimo, maiores explicações. Afinal, trata-se de uma biblioteca, com uma arquivo (chamado de coleção) que preserva documentos tradicionalmente tidos como de museu. Os acervos fotográficos e audiovisuais têm particularidades bastante interessantes e, sobretudo, instigantes, do ponto de vista teórico da Arquivologia.

Luiz Antonio Santana da Silva, que defenderá dissertação sobre isso amanhã (ver post aqui) nos proporciona uma breve reflexão sobre o tema, que está longe de dar conta da complexidade do problema (não se propôs a isso), mas indica alguns ponto iniciais:
Algumas questões gerais sobre documentos audiovisuais nos arquivos, bibliotecas e museus.
 Luiz Antonio Santana da Silva 

A Arquivologia, assim como a Biblioteconomia e a Museologia, é uma subárea do campo do conhecimento científico inseridas na Ciência da Informação (CI) interligadas por um fator unificador: a informação. Nesse sentido, a informação, que gera conhecimento é registra sobre um suporte (físico ou digital), isto é, o documento que primordialmente é objeto de estudo para as 3 Marias. 
 Assim, para Paul Otlet (1937) documento é o livro, a revista, o jornal; é a peça de arquivo, a estampa, a fotografia, a medalha, a música; é também, atualmente, o filme, o disco e toda parte documental que precede ou sucede a emissão radiofônica. O espírito visionário de Otlet já previa que novos gêneros e formatos surgiriam com as modificações ocorridas no contexto social, o que afeta diretamente as instituições.
Logo, os arquivos, bibliotecas e museus passariam a receber em seus acervos esses novos documentos como resultados dessas transformações. Mais especificamente, para Arquivologia de acordo com Bellotto e Camargo (1996), o documento audiovisual pode ser definido como gênero documental que utiliza como linguagem básica à associação do som e da imagem. Essa definição é a mais coerente, visto que não há unanimidade no conceito de documento audiovisual no cenário arquivístico. 
Dessa forma, as Unidades de Informação supracitadas se configuram, basicamente, da seguinte forma:

O que mantêm?
Arquivos: registros ativos, semiativos ou inativos em qualquer formato, gênero e normalmente únicos;
Bibliotecas: materiais publicados em todos os formatos;
Museus: objetos, artefatos, documentos associados. 
Por que são visitados?
Arquivos: prova de ações e transações, pesquisa, divertimento (apenas em arquivos permanentes onde as características do acervo e o valor secundário atraem vários públicos);
Bibliotecas: informação, pesquisa, educação, divertimento;
Museus: pesquisa, educação, divertimento.

Em suma, pode-se dizer que a Biblioteconomia e a Museologia tratam de documentos individuais e a Arquivologia de conjuntos únicos documentais. Destaca-se que, ainda há grande necessidade de aprofundamento nesse tema, seja no arquivo, biblioteca ou museu, já que ao se abordarem questões que modificam paradigmas ou tradições, torna-se necessário embasamento teórico consistente e suficientemente coerente.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

V JORNADAS FOTODOC


Las V Jornadas Fotodoc "Vertidos urgentes" se celebrarán el próximo martes 7 de mayo, en horario de 9.30 a 18h, en la Facultad de Ciencias de la Documentación de la Universidad Complutense de Madrid.  Entrada libre hasta completar el aforo. Se expedirá certificado de asistencia

Pulse aquí para hacer download del prospecto de divulgación en alta calidad (2.13MB).