segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Digifoto e GPAF desejam feliz Ano Novo

Foto André Lopez - Parque Centenário Buenos Aires (2010)

So dnevi in trenutki
polni sreče in miline,
ko v radosti oči zapremo in si tiho zaželimo,
da ne mine.
Vesele novoletne 
Vam želi kolektiv Digifoto-GPAF!

Eis a foto original da mensagem do Arquivo Histórico de Ptuj (Eslovênia), motivadora do texto acima :
Magistrat Ptuj,1920

Outros links relacionados:

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Analise do tratamento arquivístico dado pelo APDF às fotografias sobre a reconstrução da história de Brasília.


A fotografia foi essencial no desenvolvimento do trabalho de reconstrução da história de Brasília realizado pelo Arquivo público do Distrito Federal (APDF), durante a comemoração dos cinqüenta anos da cidade. Um dos resultados foi a divulgação de diversas fotografias da capital federal, de diferentes períodos históricos. Dessa forma, a análise do tratamento dado a essas imagens pelo APDF é de grande importância para as pesquisas sobre acervos fotográficos e seu tratamento. Pretende-se com essa pesquisa analisar a metodologia e os instrumentos usados no tratamento de documentos imagéticos no APDF, através de consulta ao seu acervo de imagens. O foco não será a recuperação de conteúdos e nem as condições técnicas de preservação física, porém alocação dos documentos fotográficos em um esquema lógico capaz de manter seus vínculos orgânicos com o restante do fundo de um mesmo titular. 

Os arquivos imagéticos possuem características bastante específicas e por isso requerem um tratamento diferenciado, não apenas levando em conta a preservação física e sua descrição e sim a questão da contextualização do documento.
 “Tradicionalmente a organização de documentos imagéticos tende a valorizar a informação visual, relegando a um segundo plano o contexto de produção do documento. Tal conduta seria justificada pela dificuldade de recomposição dos motivos da produção documental. Os modelos elaborados geralmente partem das informações veiculadas pela imagem como referencial para a classificação e descrição, sem fazer, na verdade, qualquer tentativa de contextualização documental, em termos arquivísticos.” (LOPEZ e BORGES, 2009, p.161).
Atualmente, é quase impossível pensar em um arquivo que não possua imagens em seu acervo, nos últimos anos a produção documental tem aumentado consideravelmente e com os arquivos imagéticos não é diferente, principalmente com a facilidade trazida pelas fotografias digitais, que possibilitaram um aumento considerável na produção de imagens, dessa forma, o estudo e a necessidade de políticas específicas para tratar esses documentos são cada vez mais necessários.
“Não se tem notícia de que a fotografia digital tenha sido mal recebida. Percebe-se, ainda, certa resistência por parte de alguns profissionais e de alguns amadores, mas nenhuma pouca simpatia baudelaireana digna de nota. E nos acervos em breve teremos uma quantidade astronômica de fotos digitais para preservar” (MANINI, 2008)
As imagens digitais precisam de um tratamento que preserve suas características físicas de conservação, mas que não se esqueçam de mantê-los contextualizados, as imagens precisam assim como os demais documentos manter suas relações orgânicas, principalmente pela polissemia que possui como característica. Devido à necessidade de condições diferenciadas dos demais documentos em outros suportes, pode-se observar que grande parte das instituições arquivísticas isolam as fotografias do resto do acervo sem nenhum cuidado para manter seu contexto, dessa forma elas acabam perdendo seu vínculo arquivístico.
“Embora presentes na maioria dos arquivos públicos e privados institucionais e pessoais, e submetidas a tratamento de identificação, arranjo/classificação e descrição nesses espaços, vimos que as fotografias têm sido, no entanto, pouco problematizadas no que diz respeito às relações entre as suas características de registro visual e os atributos exigidos para a aferição de seu valor documental (LACERDA, 2008, p.76 )”
No Brasil é bem clara a falta de uma política de tratamento que respeite as relações orgânicas dos documentos imagéticos, que são tratados como se fossem alheios à lógica do arquivo, privilegiando a descrição de seu conteúdo, em detrimento de sua organicidade. O conhecimento do contexto de produção de qualquer tipo de documento, principalmente das imagens, é de fundamental importância.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Alguns softwares e plataformas web para registros imagéticos

Ao pensar em uma plataforma de arquivos para utilização no projeto “ Os Registros Imagéticos Como Estratégia de Comunicação e Sustentabilidade Cultural” ver link do projeto (acesse aqui),  iniciou-se uma pesquisa movida pela seguinte pergunta: Quais os tipos de softwares estão dispostos no mercado que atendam aos registros imagéticos e que abordem as normas nacionais e internacionais no qual sejam possíveis  a utilização pelas entidades culturais?

No entanto, foi pensado alguns requisitos para estes softwares e/ou plataformas:
- Ser open source;
- Possibilidade de utilização on line via WEB;
- A possibilidade tanto de uso inicial como conta/cliente Free;
- Poder fazer os testes e até adaptação para o uso específico na área dos registros imagéticos;
- Que tenham incorporados as normas arquivísticas nacionais e internacionais:
  • NOBRADE – Norma Brasileira de Descrição Arquivística
  • ISAD(G) – International Standard Archival Description
  • EAD – Encoded Archival Description
  • ISAAR – International Standard Archival Authorities Records (Corporate, Persons, Families).
Como resultado inicial podermos encontrar alguns softwares que contemplem alguns dos requisitos acima, um deles, o DIGITARQ é uma plataforma desenvolvida em conjunto pelo Arquivo Distrital do Porto, Direcção-Geral de Arquivos e Universidade do Minho, tem como objetivo a simplificação e optimização do trabalho num arquivo definitivo tanto ao nível operacional como ao nível da gestão.  Este, já estão sendo utilizados pelas autoridades Portuguesas através do PPA - Portal Português de Arquivo, no site, está sendo usado como plataforma de acesso web – tipo cliente/servidor, no entanto, através do site do DIGITARQ podemos conhecer um pouco de sua história e baixar uma versão monoposto. Ainda, há uma vantagem  de poder se utilizar de forma avançada e colaborativa. 

Agora, temos outro que é o SEPIADES, este, tem uma conotação mais voltada para registros imagéticos, pois os materiais fotográficos muitas vezes não são descritos em um nível em que as torne facilmente acessíveis aos usuários. Ainda, o interesse em coleções fotográficas também tem crescido nas últimas décadas e as coleções mantidas por bibliotecas, museus, arquivos e outras instituições de arquivo constituem um tesouro de informações sobre a história dos povos que precisam ser aberto para usuários e ser preservado para gerações futuras. Com isso, a digitalização dos materiais fotográficos em si é complexa, devido à grande variação de materiais e os diferentes requisitos dos usuários, e uma área em que poucas instituições ganharam experiência suficiente. É um software livre, desenvolvido pelo Instituto holandês dos serviços de informação científica (NIWI). Para conhecer o software SEPIADES e só acessar.  
Estes softwares já contam com uma série de artigos e tutorias publicados na internet que poderá auxiliar aos que tiverem interesse em conhecer   suas funcionalidades. Bem! Ainda estamos em fase inical de estudo das funcionalidades, assim que tivermos avançado traremos mais  informação sobre o DIGITARQ, SEPIADES e outros.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Sistemas informatizados de gestão arquivística de documentos imagéticos na administração pública: um caso para pensar



Termos como Digitalização e Gestão Eletrônica de Documentos (GED) popularizaram-se nos últimos anos como soluções para o problema das massas documentais acumuladas na Administração Pública. Sem intenção de discutir aqui os milhões investidos, diversos órgãos da Administração Pública, especialmente os Ministérios, passaram a desenvolver sistemas informatizados próprios, capazes de atender a demanda de controle de documentos e arquivos, outros, buscaram soluções de mercado, adquirindo sistemas desenvolvidos por empresas de softwares privadas.

Os Sistemas Informatizados de Gestão Arquivística de Documentos (SIGAD) que estão longe de, por si só, resolver os problemas das massas documentais acumuladas, muitas vezes não contemplam a gestão de documentos imagéticos, resultando em perdas significativas de informações em imagens, que registram a história e consolidam a memória das instituições públicas.

Os documentos imagéticos, muitas vezes, são tratados de forma dissociada dos demais, de modo a desconsiderar seus aspectos orgânicos, ou seja, há o esquecimento de que são parte de um conjunto e de que para serem de fato entendidos devem estar inter-relacionados aos demais e, em alguns casos, recebem o mesmo tratamento dado aos documentos bibliográficos.

E, porque um SIGAD não deveria contemplar os documentos imagéticos?

O gênero documental em questão possui algumas características específicas que tornam o trabalho relativamente novo para o profissional de Arquivo, que muitas vezes confunde a gestão com o tratamento meramente técnico de preservação e conservação.

Entretanto, a criação e implementação de sistemas informatizados capazes atender a demanda de busca, de preservação e de gestão de documentos imagéticos dependem da consolidação de normas e recomendações dos órgãos definidores da Política Nacional de Gestão de Arquivos.

Em 2006, o Conselho Nacional de Arquivos publicou o E-Arq Brasil como modelo de requisitos para implantação de SIGADs. Neste ano, foi publicada a última versão com os metadados. E os documentos imagéticos? Deveriam constar na recomendação do CONARQ? Um caso para pensar...

sábado, 11 de dezembro de 2010

Redes Sociais e Documentos Imagéticos: Marataízes

Foto do litoral de Marataízes. Autor: Odon Machado. s.d.

Sem entrar em detalhes, as redes sociais conquistaram os brasileiros. Primeiro foi o Orkut, seguido do Twitter e Facebook. Esse post tece alguns comentários sobre uma comunidade de pessoas que foi criada nessa última rede social, com um forte elemento aglutinador: a fotografia, ou, nos termos desse grupo de pesquisa, documentos imagéticos. Trata-se de representações simbólicas, históricas e afetivas de indivíduos que tiveram experiências vivenciais no balneário de Marataízes, litoral do Espírito Santo.

Redes sociais são, de acordo com Boyd e Ellison (2007), “[...] serviços baseados na Web que permitem aos indivíduos (1) construir um perfil público ou semi-público dentro de um sistema limitado (2) articular uma lista de outros usuários com quem eles compartilham uma conexão, e (3) ver e percorrer essas listas e outras feitas por demais pessoas dentro do mesmo sistema. A natureza e a nomenclatura dessas conexões podem variar de local para local”. Complementa-se essa definição, a comunicação mediada por computador.

Essa possibilidade de articulação fez com que, em outubro de 2010, uma dessas pessoas, o advogado Ronald Mignone, com uma história de vida profundamente ligada ao balneário, criasse-se, no Facebook, um grupo fechado denominado “Marataízes”, do qual só participam convidados. Ainda que possam existir casos semelhantes que desconheço, o crescimento do grupo apresenta algumas características essenciais: intensa participação dos membros, crescimento acelerado e comunicação mediada, quase que totalmente, por documentos imagéticos.

Quantitativamente, na data desse post, contabiliza-se 280 membros e 1.771 publicações. Dessas, 568 são de documentos imagéticos.

Por serem de livre postagem, tais documentos constituem uma coleção polissêmica, multifacetada e caleidoscópica, não organizada, cujos temas navegam das praias às construções históricas, fotos antigas de família, barcos, aviões, pescadores, catadores de mariscos e semelhantes, acidentes naturais (ressacas), bailes de carnaval, etc., tornando impossível citar todos aqui.

O volume de documentos e a quase total ausência de informações que os identifique levou o próprio criador do grupo a perguntar sobre a foto que ilustra o início desse post: “Eu vi essa foto maravilhosa postada aqui. De quem é?”. Por esse motivo e, considerando-se seu valor histórico e afetivo, muitos membros já perceberam e manifestaram a necessidade de organizar essa coleção, de forma que, estando os documentos imagéticos devidamente identificados e armazenados, possam ser facilmente recuperados. Outros vêem, inclusive, a possibilidade de que o acervo venha a fazer parte do museu do balneário.

Configura-se, portanto, uma oportunidade de dupla via, no meu entender. De um lado o interesse de algum membro do Grupo de Pesquisa em Acervos Fotográficos-GPAF assumir o encargo de construir cientificamente o acervo como projeto de pesquisa e, de outro, a contribuição que poderá ser feita aos membros do grupo no Facebook, ao balneário de Marataízes, seus habitantes, turistas, pesquisadores e admiradores.

Para tanto, acredito ser viável conseguir recursos, seja no âmbito das instituições/órgãos financiadores de pesquisa (federais, estaduais e municipais), bem como, do setor privado, através da Lei de Incentivo à Cultura, por exemplo.

Quem tiver interesse em conhecer, esclarecer dúvidas ou colaborar, favor entrar em contato com os Administradores do Grupo: Ronald Mignone (ronaldmignone@hotmail.com); Antônio Miranda (amb2miranda@hotmail.com); Ricardo Mignone (ricardo.mignone@gmail.com); Ivilisi Soares de Azevedo e Victor de Moura. Infelizmente, não possuo o e-mail dos dois últimos.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A imagem do rei


Quanto mais distante da população e de seus pares internacionais um governante se encontra mais necessário é a fixação de uma normatização visual que além de o identificar também o legitime como autoridade máxima. A brilhante sacada de Ettore Scola en "La nuit de Varennes", na qual a tirana é identificada por verossimilhança com o busto gravado em uma moeda, continua sendo muito utilizada, ainda hoje, em papel moeda. Mesmo no Brasil do século XXI, e em outros países, o expediente da "foto oficial", a ser colocada nas repartições públicas ajuda a cumprir as funções de aproximar, identificar e legitimar a pessoa do governante. Na Coréia do Norte tais funções expandem-se (ou voltam-se prioritariamente) para a comunidade externa. Do obscuro jogo político travado nos bastidores de um regime fechado muito pouco se sabe e, menos ainda, quem são os atores políticos principais e que feições têm. Antes mesmo do resultado final das eleições estadonidenses e antes da "foto oficial" de Obama, o mundo já conhecia o rosto do futuro govertante, ainda que a Sarah Palin tivesse sido vitoriosa. A "foto oficial" amplamente difundida pelo governo nortecoreano no mês passado (ver notícia aqui) revela a verdadeira face da monarquia familiar e apresenta para o exterior a nova composição dos principais cargos do regime. Se os egípcios, por medo do tempo que tudo deteriora, desenvolveram sofisticadas técnicas de preservação da imagem (e do próprio corpo) do governante, o mundo atual, da circulação em massa de informações pela Internet, quase que instantaneamente eternizou a cara de um regime que mal começou. Resta saber se no futuro tais informações imagéticas ainda estarão disponíveis e se serão corretamente identificadas. Não deverá ser mais difícil do que recompor o nariz da Esfínge de Gizé para identificar uma possível feição de Faraó.




quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Reunião aberta do GPAF

Copiado de Crane's inanities
Hoje, as14h00 o Grupo de Pesquisa Acervos Fotográficos (veja página aqui), fará uma reunião aberta, como parte das atividades do Workshop Internacional de Ciência da Informação 2010 (acesse blog aqui). A ocasião contará com a Professora Antonia Salvador Benitez, da Universidad Complutense de Madrid, como convidada, que além de proferir palestra, participará ativamente das discussões e da análise dos trabalhos de pesquisa que vêm sendo realizados pelos pesquisadores e alunos do GPAF.  A professora Antônia (ver ficha aqui), é autora, dentre outra publicações, de livro dedicado ao tema dos arquivos fotográficos. Acesse aqui a sinopse da obra.


fotos tiradas durante a palestra e publicadas no mesmo momento