O artista trabalha com uma mensagem política muito contundente, construía pelo não-uso de elementos visuais; é isso mesmo a força elocutória de sua mensagem está naquilo que não é fotografado. As ausências são evidenciadas por meio de fotos comparativas, como é o caso, para exemplificar, da imagem de duas irmãs, que representa o desaparecimento de uma delas no período ditatorial argentino. Na primeira, em uma foto de arquivo pessoal, ambas posam junto a um vaso de flores, que está sobre um aparador. Na segunda, feita 26 anos depois, repete-se a cena, desta vez somente com a irmã sobrevivente e, detalhe importante, sem as flores; as legendas com ausências ainda contribuem para evidenciar a mensagem (veja as fotos desse exemplo aqui no DigifotoWeb).
Já que na página do Museu Nacional da República (que era para ser Museu Nacional Honestino Guimarães) não há nenhum destaque à exposição de Gustavo Germano (apenas a coloca, sem nenhuma informação na agenda da instituição), fomos buscar na imprensa hermana a nota de divulgação da exposição atual. O blog DigifotoWeb foi, provavelmente, o primeiro veículo brasileiro a por em evidencia o trabalho do fotógrafo argentino, como pode ser visto em post anterior aqui, há exatos três anos e meio.
Recebi este texto de um amigo e lembrei-me da nossa última aula.
ResponderExcluirhttp://scinfolex.wordpress.com/2013/09/08/photographie-dans-les-musees-la-charte-du-ministere-passe-sous-silence-le-domaine-public/